Seja bem-vindo. Hoje é

SIGNIFICADO DO DOMINGO DE RAMOS


A atitude das pessoas contemporâneas de Jesus, que o festejaram na sua entrada em Jerusalém e depois o abandonaram à mercê de seus algozes, se assemelha, muitas vezes, a atitudes de cada um de nós que louvamos a Cristo e nos enchemos de boas intenções para seguir os seus ensinamentos e, ao primeiro obstáculo, nos deixamos levar pelo desânimo, ou pelo egoísmo, ou pela falta de solidariedade e, mais uma vez, alimentamos o sofrimento de Jesus.


A Festa de Ramos com hosanas e saudações, prefigura a vitória de Cristo sobre a morte e o pecado, mas a hora definitiva ainda chegará. Jesus vai ao encontro da paixão com plena consciência e aceitação livre. Tem o poder de solicitar legiões de anjos que venham em seu auxílio, mas renuncia ao uso deste poder. Ele veio trazer a paz ao mundo, escolhe o caminho da humildade, a vontade do Pai se realizando.

Jesus entra em Jerusalém em clima de festa. Parece que Ele quer mesmo isso porque arma a cena que reproduz direitinho a profecia de Zacarias (o rei dos judeus virá como rei pacífico, montado num jumentinho, não numa montaria de guerra). É aquela aclamação. O povo festejava na expectativa de ter finalmente o prometido descendente de Davi, que ia reconduzir Israel a uma situação de vitória até maior do que as glórias idealizadas do passado. "Hosana ao filho de Davi", clamavam. E a lembrança das promessas feitas à dinastia de Davi alimentava certa imagem do Messias. O problema é que essa imagem de Messias poderoso, invencível, não ia combinar bem com o que aguardava Jesus pouco tempo depois.

Entre a entrada festiva como rei em Jerusalém e o deboche da flagelação, da coroação de espinhos e da inscrição na cruz (Jesus de Nazaré, rei dos Judeus), somos levados a pensar: Que tipo de rei o povo queria? E que tipo de rei Jesus de fato foi?

O povo ansiava por um Messias, mas cada um o imaginava de um jeito: poderia ser um rei, um guerreiro forte que expulsasse os romanos, um “ungido de Deus” capaz de resolver tudo com grandes milagres... É verdade que havia também textos que falavam no Messias sofredor, que iria carregar os pecados do povo. Mas essa idéia tão estranha não tinha assim muito apelo. Talvez o povo pensasse como muita gente de hoje: “de sofredor, já basta eu, quero alguém que saiba vencer”.

Deus, como de costume, exagera na surpresa. O Messias, além de não vir alardeando poder, entra na fila dos condenados. Para quem não olhasse a história com os olhos de hoje, não haveria muita diferença entre as três cruzes no alto do monte Calvário.

Domingo de Ramos é o portal de entrada da Semana Santa. Para as comunidades cristãs, esta semana maior sempre será um confronto com o problema do mal no mundo. Muito sofrimento. Além das catástrofes naturais, há no mundo muita opção de morte, desde a violência da guerra, o terrorismo, a violência urbana, a morte pela fome e as deficiências até a violência contra a própria natureza.Qual a saída? A guerra preventiva para vencer o terrorismo com o terrorismo? A imposição da idolatria do capital contra o império do mal?Ou a saída, certamente a mais difícil, não será a da proposta do Evangelho, que passa pelo mistério da paixão, morte e ressurreição do Senhor? Muitas vezes Jesus caminha ao nosso encontro e nós não o reconhecemos. Tenhamos a coragem de viver estes dias da Paixão meditando os sofrimentos de Cristo, que são os nossos sofrimentos para vencermos a morte na alegria da Ressurreição.
Share:

Domingo de Ramos: dia da Coleta Nacional da Solidariedade


No próximo domingo, dia 1º de abril, dioceses, paróquias e comunidades de todo país celebrarão o Domingo de Ramos, dia em que os cristãos de todo o mundo fazem memória a entrada de Jesus em Jerusalém. É nesta data que a Igreja realiza a Coleta Nacional da Solidariedade, gesto concreto da Campanha da Fraternidade, em que todas as doações financeiras realizadas pelos fiéis farão parte dos Fundos Nacional e Diocesano de Solidariedade.


Voltado para o apoio a projetos sociais, os fundos são compostos da seguinte maneira: 60% do total da coleta permanecem na diocese de origem e compõe o Fundo Diocesano de Solidariedade e 40% são destinados para o Fundo Nacional de Solidariedade. O resultado integral da coleta da Campanha da Fraternidade de todas as celebrações do Domingo de Ramos será encaminhado à respectiva diocese.

Em 2012, com o tema “Fraternidade e Saúde Pública”, a Campanha da Fraternidade (CF) reflete junto aos seus fiéis temas como a atual situação do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o texto base da CF 2012, dados do IBGE mostram que enquanto os mais ricos usam a maior parte de seu orçamento com saúde no pagamento de planos privados, os mais pobres têm os remédios como item de maior consumo de seus gastos com saúde.
Share:

Cardeal Aviz fala da visita do papa ao México e Cuba .


O Santo Padre Bento XVI concluiu na manhã de hoje a sua visita apostólica ao México e Cuba. O avião com a comitiva papal aterrisou no aeroporto militar de Ciampino, em Roma, às 10h35, horário de Roma (5h35 de Brasília). O Papa foi recebido por várias autoridades, inclusive os embaixadores do México e de Cuba junto à Santa Sé, e uma mensagem de boas-vindas do Presidente da República Italiana.
“Sua elevada mensagem pastoral terá grande repercussão em meio aos povos que o receberam com tanto carinho. E também o seu fraterno encorajamento a progredir no caminho da democracia em vista de um verdadeiro progresso, inspirado nos valores da pessoa humana” – afirma Giorgio Napolitano.
O Programa Brasileiro da Rádio Vaticano contatou o Cardeal João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Ele ressalta sua alegria e gratidão por este momento.
“As viagens do Santo Padre são sempre um acontecimento de muita importância. É claro, o México é uma nação de um povo muito numeroso, ao contrário de Cuba, que tem um número muito menor de pessoas, mas a reação e a presença do povo junto ao Papa foram muito fortes nas duas nações. Os mexicanos são particulares, porque já têm um espírito alegre, forte e comunicativo. A presença de Maria, que praticamente construiu a identidade nacional no México, é uma coisa impressionante. Quando estive em Cidade do México, fiquei impressionado porque é mais do que uma devoção, é uma identidade com Maria. Assim entendemos porque na história Maria ocupou o lugar mais difícil, digamos. Enquanto o Cristianismo chegou, com as armas e com a fé, Nossa Senhora veio sem armas e se pôs do lado do que estavam perdendo e perderam. Isso fez Nossa Senhora se tornar uma deles. O México tem esta característica: “Ai de nós se falarmos contra a Guadalupana”. Maria entrou no coração deles. Neste sentido, o Papa esteve numa nação cuja identidade profunda é católica, e por isso, teve uma reação muito bonita diante dele, por causa da identidade da fé. Isto sem desconhecer os problemas como a violência, a secularização, as dificuldades pela separação de pobres e ricos, mas notamos que há um húmus geral, que é tipicamente católico, e isso é muito bonito. E o Papa veio encontrar isso. Ficamos muitos felizes: é o sinal de que o Santo Padre está no coração destes povos”.
Em relação da visita do Papa a Cuba, o cardeal Aviz explicou o seu grande significado. “Bento XVI foi lá por causa de Nossa Senhora do Cobre, e muito mais. Maria é também o coração desse povo, que viveu uma época grande de provação em sua fé. De outro lado, essa abertura que está acontecendo, cada vez mais intensamente toma uma direção interessante com a presença do Papa, porque significa que este patrimônio de fé que foi construído não foi destruído totalmente, está sendo recomposto e provavelmente será a alma da reconstrução desta nação. Neste sentido, olhamos com muita esperança ao encontro direto do Papa com Fidel e as outras autoridades locais. No coração tenho uma grande alegria e gratidão por este momento”.
Share:

SENADOR DEMÓSTENES TORRES É CHAMADO DE CHEFE POR BANDIDOS


Um dos principais operadores da organização criminosa comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, o sargento reformado da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, tratava o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) por 'chefe'.
Diálogo telefônico interceptado pela Polícia Federal em junho de 2009, no âmbito da Operação Vegas, mostra Demóstenes em posição de comando, passando ordens para Dadá e coordenando ações dentro do Senado.
'Entendeu o que eu falei?', indaga Demóstenes ao final da explicação sobre as ações desenvolvidas no Parlamento. 'Entendi, entendi. Eu vou avisar pra eles, mas... mesmo assim ficou bom, né chefe?', responde Dadá.
Referindo-se à mobilização política que comandava para aprovação de medidas legislativas, Demóstenes atualiza o ex-sargento: 'É, ficou bom porque dá pra acudir, foi bom ter trazido o tema, (mas) não dá pra fazer nada em uma semana, nada, a não ser discurso. Isso não resolve, até porque eu já tô com a lista que você me passou. É... na hora que o presidente anunciar o negócio, eu convoco uma audiência pública pra discutir o tema'.
Dadá demonstra ter contatos na mídia para difundir interesses do grupo: 'Aí eu aviso a imprensa'. Demóstenes encerra a ligação, de menos de três minutos: 'Mas pode ter certeza que o negócio vai ser polêmico'.
A operação Vegas, realizada em 2009, levantou indícios que resultaram em outra operação, a Monte Carlo, desencadeada em 29 de fevereiro passado, na qual foi desarticulara uma ampla rede de jogos ilegais comandada por Cachoeira. Ele e Dadá estão presos à disposição da Justiça.
A Vegas indiciou várias pessoas, mas a parte que alcança Demóstenes e outros parlamentares era desconhecida até agora porque, por envolver réus com prerrogativa de foro especial, a investigação dependia de pedido de inquérito da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que não foi feito na ocasião.
Gravações. As primeiras gravações da Operação Vegas foram divulgadas esta semana pelo jornal O Globo e Jornal Nacional. Elas mostram que Demóstenes usou o mandato para intermediar interesses de Cachoeira, de quem receberia propinas, presentes caros e favores. O Globo revelou conversas em que ele acerta com Cachoeira táticas que vão da interferência em processo judicial ao lobby pela legalização dos jogos de azar. Demóstenes trata até de licitações na Infraero na época em que era relator da CPI do Apagão Aéreo.
Nas conversas, em que Demóstenes chama Cachoeira de 'Professor' e é tratado de 'Doutor', o contraventor, como informou o jornal, manda o senador fazer um levantamento sobre um projeto de lei relacionado a jogos de azar. Em razão das provas, o STF abriu inquérito e quebrou o sigilo bancário do senador.
Demóstenes confirmou que é amigo de longa data de Cachoeira, mas silenciou-se quando surgiram as provas do envolvimento dele com a organização. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro disse que os diálogos que incriminam o senador foram colhidos de forma ilegal e serão anulados. 'O senador está muito abalado com as acusações que ferem sua imagem, mas juridicamente estamos tranquilos.'
Share:

FAZEI PENITÊNCIA


FAZEI PENITÊNCIA


Fixemos atentamente o olhar no sangue de Cristo e compreendamos quando é precioso aos olhos de Deus seu Pai, esse sangue que, derramado para nossa salvação, ofereceu ao mundo inteiro a graça da penitência.

Percorramos todas as épocas do mundo e verificaremos que em cada geração o Senhor concedeu tempo favorável da penitência a todos os que a ele quiseram converter-se. Noé proclamou a penitência, e todos que o escutaram foram salvos. Jonas anunciou a ruína aos ninivitas, mas eles, fazendo penitência de seus pecados, reconciliaram-se com Deus por suas súplicas e alcançaram a salvação, apesar de não pertenceram ao povo de Deus. Inspirados pelo Espírito Santo. Os ministros da graça de Deus pregaram a penitência. O próprio Senhor de todas as coisas também falou de penitência, com juramento: Pela minha vida, diz o Senhor, não quero a morte do pecador, mas que mude de conduta (cf. Ez 33, 11); e acrescentou esta sentença cheia de bondade: Deixa de praticar o mal, ó Casa de Israel!

Dize aos filhos do meu povo: "Ainda que vossos pecados subam da terra até o céu, ainda que sejam mais vermelhos que o escarlate e mais negros que o cilício, se voltardes para mim de todo o coração e disserdes: "Pai", eu vos tratarei como um povo santo e ouvirei as vossas súplicas" (cf. Is 1,18;63;16;64,7; Jr 3,4;31,9).

Querendo levar à penitência todos aqueles que amava, o Senhor confirmou esta sentença com sua vontade todo-poderosa. Obedeçamos, portanto, à sua excelsa e gloriosa vontade. Imploremos humildemente sua misericórdia e benignidade. Convertamo-nos sinceramente ao seu amor. Abandonemos a obras más, a discórdia e a inveja que conduzem à morte. Sejamos humildes de coração, irmãos, evitando toda espécie de vaidade, soberba, insensatez e cólera, também cumprimos o que está escrito. Pois diz o Espirito Santo: Não se orgulhe o sábio em sua sabedoria, nem o forte com sua força, nem o rico em sua riqueza; mas quem se gloria, glorie-se no Senhor, procurando-o e praticando o direito e a justiça (cf. Jr 9,22-23; 1 Cor 1,31).

Antes de mais nada, lembremo-nos das palavras do Senhor Jesus, quando enxotava a benevolência e à longanimidade: Sede misericordiosos, e alcançareis misericórdia; perdoais e sereis perdoados, como tratardes o próximo, do mesmo modo sereis tratados; dai, e vos será dado; não julgueis e não serás julgado; fazei o bem, e ele também vos será feito; com a medida que o medirdes, vos será medido (cf. Mt 5,7;6,14;7,1.2).

Observemos fielmente este preceito e estes mandamentos, a fim de nos conduzirmos sempre, com toda humildade, na obediência a suas santas palavras. Pois eis o que diz o texto sagrado: Para quem ei de olhar, senão para o manso e humilde, que treme ao ouvir minhas palavras? (cf. Is 66,2).

Tendo assim participado de muitas, grandes e gloriosas ações, corramos novamente para a meta que nos foi proposta desde o início: a paz. Fixemos atentamente o nosso olhar no Pai e Criador do universo e desejamos com todo ardor seus dons de paz e seus magníficos e incomparáveis benefícios.
Share:

Campanha da Fraternidade é homenageada na Câmara dos Deputados .


A Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), realizou ontem, 27, pela manhã, uma sessão solene em homenagem à Campanha da Fraternidade 2012, cujo tema é “Fraternidade e Saúde Pública”. A campanha tem como objetivo geral “refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizando por melhoria no sistema público de saúde”, segundo o texto base da CF deste ano.


A sessão foi realizada às 10 horas, no Plenário Ulysses Guimarães. O debate foi proposto pelos deputados Nelson Pellegrino (PT-BA), Alessandro Molon (PT-RJ), Izalci (PR-DF), Luiz Couto (PT-PB), Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), Sibá Machado (PT-AC), Vicentinho (PT-SP) e José Linhares (PP-CE).

A presidente em exercício da Câmara, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), afirmou que a Campanha da Fraternidade 2012 pode ajudar a sensibilizar a administração pública pela luta em favor da saúde pública de qualidade. “Pesquisas indicam que a população brasileira acredita que a saúde é o principal problema do País”, disse.

Rose de Freitas destacou que a recente regulamentação da Emenda 29, que prevê a aplicação de recursos mínimos no setor, foi um passo importante para melhorar a saúde do País. “Agora temos regra clara sobre qual investimento vai se ter para a saúde”, destacou.

A presidente interina da Casa ressaltou ainda que o conceito de saúde não é mais entendido como ausência de enfermidade ou dor, mas também engloba a “pacificação do espírito”, o equilíbrio e o bem-estar social. “No Brasil, política e fé têm andado de mãos dadas para promover o bem-estar”, complementou.

Representando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Guilherme Werlang disse que “a Campanha contribui na caminhada quaresmal das comunidades eclesiais com o convite à conversão, em preparação para a celebração da Páscoa de Jesus Cristo”. Sobre o lema “Saúde para todos” o bispo afirmou a saúde ser “um processo harmonioso de bem-estar físico, psíquico, social e espiritual, e não apenas ausência de doença, que capacita o ser humano a cumprir a missão que Deus lhe destinou”.

Leia a íntegra do discurso de dom Guilherme Werlang aos deputados.

Em nome da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), saúdo sua Excelência, Deputado Marco Maia, presidente desta Casa que congrega os representantes do povo brasileiro. Saúdo igualmente os Excelentíssimos Deputados: Izalci, Nelson Pellegrino, Alessandro Molon, Luiz Couto, Raimundo Gomes de Matos, Sibá Machado, Vicentinho e José Linhares, autores do requerimento desta Sessão Solene em homenagem à Campanha da Fraternidade de 2012, demais Deputados e Deputadas e, Senhores e Senhoras presentes nesse ato.

A Campanha da Fraternidade é um projeto de Evangelização da Igreja no Brasil. Desde o ano de 1964 vem proporcionando grandes reflexões e suscitando gestos concretos de transformação pessoal e social em nosso país. Nesse sentido, se a Campanha contribui na caminhada quaresmal das comunidades eclesiais com o convite à conversão, em preparação para a celebração da Páscoa de Jesus Cristo, também proporciona que esse influxo transformador chegue à sociedade. Ao longo de sua história, ela tem abordado temas de grande relevância político-social, segundo o contexto, visando mobilizar pessoas, entidades e poderes públicos, em torno de uma realidade a ser transformada.

Na Campanha da Fraternidade deste ano, a Igreja Católica no Brasil retoma o tema ligado à saúde, já abordado em 1981 com o lema “Saúde para todos”. A a saúde é um bem fundamental e uma das condições para que as pessoas tenham a vida em abundância, segundo projeto de Jesus, expresso no evangelho de São João (Jo 10,10). E quando a Igreja fala em saúde, ela a entende como sendo “um processo harmonioso de bem-estar físico, psíquico, social e espiritual, e não apenas ausência de doença, que capacita o ser humano a cumprir a missão que Deus lhe destinou”.

Para atingir esse ideal, é fundamental um sistema de saúde pública eficaz e eficiente. O que constatamos, no entanto, a saúde pública não vai bem apesar dos muitos e significativos avanços que já tivemos, sobretudo, pela implantação do SUS, reconhecido mundialmente.

Assim, a CF 2012, com o tema “Fraternidade e Saúde Pública”, aponta, por um lado, para uma das feridas sociais mais agudas de nosso país, que evidencia a dimensão da desigualdade ainda existente no seio de nossa sociedade, por outro, para a fraternidade ferida, que gera situação de morte para grande parcela de nossa população.

Esta Campanha quer dar voz ao clamor dos que não têm acesso à saúde por falta de estrutura, seja nas regiões mais pobres do país ou nas periferias urbanas, seja, nas comunidades quilombolas e indígenas (também ameaçadas em seus direitos pela PEC 215 aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania desta Casa); Há, ainda os que enfrentam as longas filas para o atendimento e a marcação de exames e os que esbarram em hospitais lotados e não têm acesso aos medicamentos etc.

A Igreja intenta com esta Campanha sensibilizar a todos sobre a dura realidade enfrentada por irmãos e irmãs ao recorrerem à assistência de saúde pública, um direito de todos e dever do Estado (Constiruição Federal, Art. 196), para que estas estruturas sejam transformadas e venham a contar com um atendimento segundo suas necessidades e dignidade.

Tem sido alentadora a repercussão desta Campanha desde que foi lançada há um mês. As iniciativas vão desde audiências públicas propostas por parlamentares para debater o tema da saúde pública até denúncias de corrupção como as que assistimos há poucos mais de uma semana no programa Fantástico, da Rede Globo.

Esses fatos são indícios de que a Campanha ora em curso cumpre o seu objetivo de colocar este tema urgente, especialmente para os mais necessitados, na pauta das grandes questões da sociedade brasileira. E, ao repercutir nessa casa, ficamos esperançosos por avanços no sistema público de saúde, como em sua humanização e cuidado dos doentes. Esperançosos porque esta Casa, em sua essência, é constituída para prestar um serviço à sociedade brasileira, se debruçando sobre as grandes questões e responder de modo efetivo para o avanço na superação das desigualdades e consolidação de uma nação para todos.

Deixamos nosso apelo para que a saúde tenha tratamento prioritário no conjunto das grandes preocupações e ações do governo, com um justo financiamento, boa gestão e bons programas, que no conjunto proporcionem o acesso e tratamento almejados pelos usuários, para que a “saúde se difunda sobre a terra”.

Agradeço, em nome da CNBB, esta solenidade que nos engrandece e reafirmo o compromisso da Igreja em servir nosso povo evangelizando, contribuindo assim, para que o espírito de fraternidade nos irmane e inspire na vivência da justiça, cujo fruto é paz.
Share:

Papa Bento XVI preside missa em Cuba e se encontra com Fidel Castro .


“A verdade é um anseio do ser humano, e procurá-la supõe sempre um exercício de liberdade autêntica.” Palavras claras, simples e sinceras do papa Bento XVI, pronunciadas na homilia desta quarta-feira, 28/03, durante missa celebrada na manhã de hoje em Havana, capital de Cuba, diante de mais de 300 mil pessoas.
Na Praça da Revolução, o Pontífice fez a sua reflexão inspirado também pelo cenário que o cercava: o palco montado no estilo das antigas casas cubanas, em frente da estátua imponente de José Martí, tendo do seu lado esquerdo a escrita “A caridade nos une”. Também havia as duas imagens de Che Guevara e Camilo Cienfuegos, heróis da revolução, além da imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre.
Se a verdade é mal interpretada, advertiu Bento XVI, leva à irracionalidade e ao fanatismo. “Não hesitem em seguir Jesus Cristo”, exortou, recordando que esta mensagem é a razão de ser da Igreja. Todavia, para difundir a Boa Nova, os fiéis precisam ser livres – termo usado 14 vezes na homilia. O Papa reconhece os passos feitos na relação entre Igreja e Estado, mas pede mais, pede que avancem ulteriormente. Uma menção também foi reservada ao sacerdote Félix Varela, filho ilustre de Havana que entrou na história de Cuba como o primeiro que ensinou seu povo a pensar – missão esta que a Igreja também reivindica nos ambientes de formação e nos centros universitários.
Depois da Missa na Praça da Revolução, Bento XVI voltou à Nunciatura Apostólica em Havana onde teve um encontro reservado com o ex-presidente cubano Fidel Castro, que no próximo dia 13 de agosto completará 86 anos. Fidel já havia encontrado duas vezes João Paulo II: em 1996 no Vaticano e, depois, em 1998 durante a histórica visita do Papa Wojtyla à Ilha caribenha.
Share:

Sem alternativas, juiz estuda interdição de presídio de Caicó


Problemas estruturais e em gerenciamento por parte do Governo do Estado podem levar a Justiça à interdição do presídio de Caicó. O juiz corregedor do presídio, Luiz Cândido, aguarda informações por parte da Secretaria de Justiça e Cidadania do estado para decidir o futuro da unidade prisional, que abriga mais de 400 presos. O magistrado estuda a possibilidade de impedir o recebimento de novos presos, interdição parcial e até interdição total da unidade.
Depois da falta de pagamento à empresa fornecedora de alimentação ao presídio por 15 meses, a Justiça precisou intervir e utilizar verba bloqueada de R$ 366 mil para a compra da comida a ser servida aos detentos. os recursos, de acordo com a diretora do presídio, Veruska Saraiva, são suficientes para a manutenção da alimentação dos presos por mais dez dias. Porém, a Sejuc ainda não informou quais medidas serão tomadas para a reestruturação da unidade, tampouco o que será feito para restabelecer o abastecimento de comida para os presos.
Na manhã de hoje (28), o coordenador do sistema penitenciário do Rio Grande do Norte, cel. Severino Gomes Reis Neto, esteve em Caicó e participou de reunião com o juiz André Melo e com a diretora Veruska Saraiva. No encontro, de acordo com o próprio cel. Reis, o representante da Sejuc não teve novas informações sobre o que poderá ser feito pelo estado na unidade. A Sejuc, de acordo com o coordenador, ainda não tem alternativas para solucionar os problemas do presídio de Caicó.
"A visita foi muito mais como cortesia. A Sejuc está em um momento de transição, aguardando a indicação de um novo secretário. Além disso, eu também estou demissionário e será a nova equipe que discutirá as soluções", disse cel. Reis, que já pediu demissão e aguarda um substituto.
Os problemas no presídio são tão graves que, devido à falta de iluminação na ala onde são custodiadas detentas que cumprem o regime semi-aberto, nove apenadas estão somente se apresentando diariamente no presídio, mas dorme em suas casas. A diretora Veruska Saraiva disse que a situação é provisória, mas também cobra que o Governo tome medidas capazes de solucionar o problema na unidade prisional. "Não cogito pedir demissão, porque trabalho com amor, junto às famílias dos presos e acredito na ressocialização. Mas vamos ver até onde eu posso ir", disse.
Em contato com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE, o juiz Luiz Cândido teve contato com o juiz André Melo, autor do bloqueio de recursos para a compra de alimentos e que esteve com cel. Reis na manhã de hoje. Luiz Cândido disse que André Melo confirmou que a Sejuc não forneceu propostas de alternativas para solucionar os diversos problemas da unidade. Mesmo afirmando que a intenção da Justiça a solução das pendências, o magistrado disse que estuda a interdição, caso não haja uma alternativa plausível apresentada pela Sejuc.
"O presídio não tem estrutura nenhuma. O esgoto está correndo à céu aberto, não há luz para ser feita a guarda, o sistema elétrico é precário demais, o hidráulico é pessimo, falta água. Não queremos interditar a unidade, mas vamos estudar essa possibilidade, seja um interdição parcial, total, ou impedir o recebimento de novos presos. Vou conversar com o doutor André (Melo) novamente para ver se enxergamos alguma esperança", explicou, garantindo também que não tomará nenhuma medida sobre interdição sem se reportar aos demais membros do Judiciário envolvidos no caso.
Share:
Share:

ACIDENTES DE TRÂNSITO. MARTELANDO THOR - POR ALEXANDRE GARCIA


Todos os dias morrem no trânsito cerca de 200 brasileiros, segundo levantamento do prof. Mauri Panitz, da PUC/RS. Todos os dias cerca de 10 ciclistas são mortos atropelados, como é atropelado o princípio do Código de Trânsito, segundo o qual os veículos motorizados são responsáveis pela segurança dos não-motorizados. São chefes-de-família, trabalhadores, pobres, as maiores vítimas entre os ciclistas. Nós, jornalistas, não ligamos muito para eles. Só noticiamos quando é ciclista de classe média ou média alta, como aconteceu duas vezes este ano em São Paulo. Quando o pedreiro ao volante de um velho fusca, muito bêbedo e sem habilitação, atropela um ciclista sóbrio no acostamento, ainda assim nós, jornalistas, não damos destaque algum ao acontecimento.
Mas quando alguém atropela um ciclista que atravessa à noite, com mais de 15dg de álcool por litro de sangue, uma pista de 110km/h, e o atropelador está ao volante de um Mercedes SLR Mc Laren e é filho de um dos 10 homens mais ricos do mundo, então nós noticiamos sem parar. E damos ao noticiário todas as características de julgamento e condenação do motorista. Nesses últimos 10 dias em que o acidente não saiu do noticiário, tento descobrir por que temos dois pesos e duas medidas para atropelamentos de ciclistas.
Fico pensando se não morremos de inveja de quem tem Mercedes, ou se não odiamos os ricos, embora não consigamos condenar os corruptos. O avô do motorista que atropelou, Eliezer Batista, foi ministro do presidente João Goulart. Antes disso e depois disso, fez crescer a estatal Cia.Vale do Rio Doce. Poliglota, passou ao filho Eike a cultura do trabalho. Ainda jovem, Eike estudava no Canadá quando começou a trabalhar com mineração. É um modelo de empresário de sucesso. É possível que tenha transmitido ao filho Thor a educação de casa. Thor, após o acidente, socorreu a vítima, procurou a família de Wanderson, 30 anos, e fez questão de soprar no bafômetro, embora voltando de uma comemoração com amigos. Seu pai, Eike, é conhecido por pedir suco, nos restaurantes.
Veja desta semana não foge à regra que dar destaque ao atropelamento e termina seu texto com uma ironia: "A conclusão mais provável será a de que Wanderson causou a própria morte". O comandante Celso Franco, que botou ordem no trânsito do Rio há mais de três décadas, e hoje é consultor de seguradoras para levantar culpa em sinistros, me mandou um texto lembrando que o motorista que tenha bebido e esteja infringindo a lei, "está assumindo o risco de matar". E faz o contraponto: o ciclista alcoolizado e sem sinalização luminosa na bicicleta, que entre à noite numa pista de velocidade, "está assumindo o risco de morrer." O episódio faz lembrar que não se dá carro potente, estimulador de velocidade, a filho jovem; Thor já praticou muita infração por isso. Nem a lei deveria permitir que recém-habilitado dirija em estrada e, digamos, carro acima de 150HP. Mais uma morte a ser lamentada. E se lamenta também muito preconceito e ideologia a se misturarem com jorn
Share:

FORMAÇÃO SHALOM. PARA ENTENDER O PROTESTANTISMO.

O Protestantismo partiu, no século XVI, de uma intuição muito válida e oportuna: restaurar a estima e o culto da Palavra de Deus, com todo o seu poder de santificação. Se tivessem tirado as conseqüências lógicas deste princípio, os reformadores teriam corroborado e abrilhantado a única Igreja de Cristo. Pois a Palavra de Deus na Bíblia remete constantemente à Palavra viva da Tradição oral, que na Igreja, assistida por Cristo, passa de geração em geração; é a Palavra oral o critério abalizado para se entender e interpretar a Bíblia. Admitindo a Igreja como depositária e intérprete da Palavra, os protestantes teriam admitido outrossim a autoridade da Igreja para santificar ou recriar o homem mediante a Palavra de Deus, pois esta é não apenas ensinamento para a inteligência mas força viva que restaura o homem. A Palavra de Deus desenvolve toda a sua eficácia quando se torna não apenas audível, mas visível nos sacramentos (água batismal, pão e vinho eucarísticos, óleo sagrado...); assim os sacramentos, como a própria Igreja, estão implícitos na revalorização da Palavra de Deus apregoada pelos reformadores do século XVI.


Infelizmente, porém, estes deixaram-se influenciar por teses da filosofia nominalista e do subjetivismo dos séculos XV/XVI. Arrancaram a Bíblia do seu berço e do seu ambiente co-natural, que é a Palavra de Deus oral; assim a Bíblia foi paradoxalmente desvalorizada, porque feita letra morta, sujeita ao arbítrio tanto de "profetas" fantasiosos como de estudiosos racionalistas liberais.

Lembrar estas verdades é aplainar o caminho para a reunião dos cristãos; os protestantes afirmam um princípio muito válido, que eles não devem renegar, mas apenas desenvolver segundo a lógica exigida por essa premissa mesma.

0 fenômeno protestante, com as suas diversas afirmações, vai-se impondo à atenção do público, especialmente dos católicos. Variado como é, exige que distingamos entre o Protestantismo clássico, dito "histórico" ou "tradicional", que é o de Lutero, Calvino, Knox (século XVI) e o Protestantismo recente, oriundo principalmente dos Estados Unidos da América (pentecostais, mórmons, adventistas, e suas subdivisões...). É mais difícil dialogar com o Protestantismo moderno, pois este se torna cada vez mais distante das fontes do Cristianismo: os mórmons têm uma "nova Bíblia" (o Livro de Mórmon); os adventistas e as testemunhas de Jeová retornam ao Antigo Testamento, com detrimento da mensagem propriamente cristã; os pentecostais enfatizam unilateralmente os fenômenos extraordinários, os estados psicológicos e a ação do demônio, seguindo muitas vezes as emoções mais do que o raciocínio e a fé esclarecida... Ao contrário, o diálogo com o Protestantismo clássico tem sido efetuado entre teólogos num clima sereno, que permite remover atitudes passionais e favorece a compreensão mútua.

Entre os nomes que mais se destacam nesse diálogo, está o do francês Louis Bouyer, que foi fervoroso ministro protestante; guiado pelo estudo objetivo, tornou-se católico e hoje é sacerdote oratoriano, muito interessado em fomentar a aproximação de católicos e protestantes. L. Bouyer escreveu diversas obras sobre o seu itinerário espiritual, das quais merecem destaque "Du Protestantisme à VEglise" (Paris 1954) e "Parole, Eglise et Sacrements dans le Protestantisme et le Catholicisme" (traduzido com o título "Palavra, Igreja e Sacramentos no Protestantismo e no Catolicismo", São Paulo, Ed. Flamboyant 1962). Este último livro é especialmente significativo; daí o propósito de apresentarmos o seu conteúdo nas linhas que se seguem, focalizando precisamente os três pontos em que Protestantismo e Catolicismo mais parecem divergir entre si.

Bouyer frisa sempre que, para compreender o Protestantismo e aplainar o caminho de re-união, os católicos não o devem considerar apenas como um conjunto de heresias, mas, sim, como a afirmação de certos princípios autenticamente cristãos, que necessitavam de ser re-enfatizados no século XVI, mas que infelizmente foram desenvolvidos de maneira heterogênea por influência da filosofia nominalista (o Nominalismo é uma escola que, entre outras coisas, depreciava a razão ou a inteligência humana) dos séculos XV-XVI.

É na base desta observância que Bouyer elabora suas condições, que vamos acompanhar sucintamente.

1. A Palavra

No Protestantismo

A estima da Bíblia é o que de mais típico se encontra na espiritualidade e na teologia protestantes; foi precisamente lendo a epístola aos Romanos que Lutero descobriu a verdade mais fundamental da Revelação cristã: não somos nós os primeiros a amar a Deus, mas é Deus que nos ama primeira e gratuitamente, sem mérito da nossa parte (cf. Rm 5,6-10; 1Cor 4,10-19); não é o homem que toma a iniciativa de procurar a Deus, mas é Deus quem começa por procurar o homem (cf. Rm 9,16).

Em conseqüência, o culto protestante consiste em leituras bíblicas, entre as quais se inserem cantos e orações, e que têm no sermão subseqüente a sua atualização concreta. Após este encontro com a Palavra, o crente procura responder-lhe em seu coração e traduz sua resposta numa conduta de vida adequada.

Mais precisamente: o protestante clássico coloca-se diante da Palavra de Deus como o pecador necessitado de salvação, e ouve a mensagem de que só a graça o salva; isto o leva a uma atitude de confiança no dom de Deus; a Este, e não a si mesmo, o crente atribui a sua purificação interior; a Deus só, e não a si (homem), o protestante tributa a glória.

Além disto, o Protestantismo guardou a consciência - já existente entre os judeus do Antigo Testamento / de que a Palavra de Deus é criadora eficaz; é tão viva que realiza o que ela anuncia (cf. Gn 1,3s; Si 32,9; Is 48,13; Jo 1,3). Abraçando essa Palavra pela fé, o crente se julga renovado interiormente ou "uma nova criatura" (cf. 2Cor 5,17).

Examinemos agora a posição católica frente à Palavra.

No Catolicismo

As afirmações da teologia protestante atrás mencionadas nada têm que se oponham à tradição católica.

Com efeito. 0 culto cristão, desde as suas origens, sempre incluiu a leitura da Palavra de Deus acompanhada de cantos e orações; a Eucaristia antigamente era, não raro, celebrada na madrugada do domingo após uma noite de vigília em contato com a Bíblia. Nunca até hoje a Missa foi celebrada em circunstâncias normais sem a Liturgia da Palavra, a tal ponto que o Concílio do Vaticano II fala da mesa da Palavra e do Corpo do Senhor. ´Verdade é´ que o uso do latim, devido a circunstâncias contingentes, e hoje ultrapassadas, dificultou o entendimento da Bíblia durante séculos; mas hoje se acha removido, de modo a possibilitar a compreensão dos fiéis interpelados pela S. Escritura.

Na piedade pessoal antiga, a S. Escritura ocupava lugar primacial; S. Jerônimo (421) foi um dos grandes mestres que incutiram aos discípulos o recurso às Escrituras; é este doutor que afirma: "Ignorar as Escrituras é ignorar o Cristo". Para São João Crisóstomo (407), como para Lutero, o conhecimento íntimo das epístolas de São Paulo é a entrada obrigatória para a compreensão mais profunda do Cristianismo. Nos mosteiros, a lectio divina (leitura meditada das coisas de Deus) versava sobre a Bíblia, como alimento de oração e união com Deus.

É também clássica na Tradição cristã a afirmação de que a Palavra de Deus é viva, eficaz ou, em linguagem católica, um sacramental: santifica não apenas na medida da compreensão que dessa Palavra temos, mas também na proporção da fé e do amor com que a lemos.

Por conseguinte, as afirmações protestantes a respeito da Palavra de Deus procedem do coração de um vasto movimento de retorno às fontes que se iniciou no século XV e que no século XVI teve protagonistas entre os próprios católicos: Ambrósio Traversari (1439), John Colet (1519) e Tomás Moro (1535), o Cardeal Ximánez de Cisneros (1517)... 0 próprio Cardeal Caetano de Vio (1534), um dos mais firmes adversários de Lutero, considerava que o único meio eficaz para renovar a Igreja no século XVI seria a restauração bíblica, no seio da qual a Reforma protestante ia surgindo. Não é, portanto, o amor à Bíblia uma característica exclusiva do Luteranismo.

Acontece, porém, que a Bíblia, por motivos independentes dela mesma, veio a ser utilizada no século XVI como arsenal de heresias propaladas pelos Reformadores. Foi isto que tornou as Escrituras um livro suspeito aos olhos dos católicos. Diante dos variados arautos de "novos Cristianismos" pretensamente deduzidos da Bíblia traduzida para o vernáculo e diante da confusão assim instaurada, a Igreja julgou oportuno, naquela época, proibir aos fiéis o uso das Escrituras traduzidas para o vernáculo; esta atitude certamente marcou a piedade católica nos tempos subseqüentes. Hoje em dia, porém, verifica-se que as medidas drásticas tomadas no século XVI já não são necessárias nem convenientes.

Pergunta/se então: por que a volta à Bíblia, tão sadia e autêntica como era no século XVI, degenerou entre os Protestantes em fonte de heresias ou de doutrinas contrárias à própria Tradição cristã, a tal ponto que hoje algumas denominações oriundas do Protestantismo, conservando a Bíblia nas mãos, já não são cristãs (tenham-se em vista as Testemunhas de Jeová, os Mórmons...)?

Em resposta, dir-se-á que o Protestantismo, na sua estima à Palavra de Deus escrita, esqueceu que esta tem seu berço na Palavra de Deus oral; o Senhor no Antigo e no Novo Testamento falou e não escreveu; a Palavra escrita é a cristalização ocasional da Palavra de modo que, para entender autenticamente a Escritura, se requer a fiei ausculta da Palavra oral. Se arrancamos a Escritura da Tradição oral, que é o seu ambiente anterior e concomitante, temos uma Palavra que já não se explicita por si mesma; é letra que perde a sua vitalidade e fica sujeita a todo tipo de interpretação que os seus leitores lhe queiram dar. Ora a Tradição oral não é algo de vago e indefinido; ela continua viva na Igreja, que fala pelo seu magistério assistido pelo Senhor Jesus (cf. Mt 16,16/19; Lc 22,31s; Jo 14,26; 16,13s).

Em outros termos: para salvaguardar a autoridade da Bíblia, não é necessário negar a autoridade da Igreja; não há oposição, mas, sim, complementação entre uma e outra. Quem realiza essa separação, deixa de reconhecer aos poucos a autoridade da própria Escritura, pois cada intérprete faz a Bíblia dizer aquilo que ele subjetivamente concebe ou pensa; esse subjetivismo redunda em manipulação ou distorção da Palavra de Deus, donde resulta a fragmentação e o esfacelamento do Protestantismo; este se desmembra em correntes que se opõem umas às outras, baseando-se em textos arrancados do seu contexto. 0 individualismo dos intérpretes protestantes, desligados da Tradição oral viva na Igreja e no seu magistério, chegou a produzir (além das denominações não cristãs já citadas) as teorias liberais e racionalistas de Rudolf BuItmann e de escolas congêneres; estes vêem na Bíblia um aglomerado de mitos ou um discurso mítico do qual só se pode depreender um apelo à conversão ou a exortação a que passemos de uma vida não autêntica para uma vida autêntica; tem-se assim a morte da Palavra sagrada e do próprio Cristianismo que ela veio anunciar.

A experiência do Protestantismo é, pois, suficiente para nos dizer que nenhum texto bíblico, tomado a sós, fora do seu contexto oral originário, é capaz de se defender contra as interpretações subjetivas e arbitrárias que tendem progressivamente a minimizar a autoridade da Escritura, embora a proclamem soberana.

0 Catolicismo responde a esta problemática, afirmando que não há que acrescentar uma autoridade humana à autoridade divina das Escrituras, mas é necessário reconhecer que o próprio Deus, ao entregar-nos a sua Palavra, quis que ela fosse proclamada, lida e interpretada na caudal da Tradição oral, da qual é autêntica intérprete a Igreja, Corpo de Cristo, vivificado pelo Espírito Santo. A autoridade da Igreja está, portanto, incluída no desígnio divino de entregar a Palavra aos homens, de tal modo que esta permaneça incólume em meio às efusões do subjetivismo humano: o Senhor nunca pensou em deixar-nos sua Palavra abandonada ao mero bom senso ou fervor dos homens; Ele mesmo, vivo na Igreja, quis garantir a transmissão autêntica da sua Revelação.

Esta temática leva-nos a considerar diretamente a questão da Igreja no Protestantismo e no Catolicismo.

2. A Igreja

No Protestantismo

A grande dificuldade dos protestantes em relação à Igreja Católica é a autoridade doutrinária que ela reivindica. Julgam que tudo o que se conceda à autoridade da Igreja, é subtraído à autoridade da Palavra de Deus na Bíblia.

A autoridade da Igreja poderia também, segundo eles, ser considerada uma forma de opressão das consciências individuais.

Por que os protestantes da primeira geração assim pensavam?

Porque confundiam certas interpretações subjetivas e errôneas da Palavra de Deus com a própria Palavra de Deus. Em conseqüência, a Igreja, ciosa de conservar o autêntico sentido da Palavra, qual depositária responsável, só podia parecer-lhes um estorvo. Mais: a fobia da autoridade da Igreja facilmente se transformou em fobia de toda autoridade doutrinária no protestantismo liberal e racionalista dos séculos XIX-XX.

Cedo os próprios reformadores protestantes e seus sucessores perceberam que, rejeitando a autoridade da Igreja, estavam dando ocasião à anarquia doutrinal. Procuraram então um substitutivo para aquela, substitutivo que tomou cinco modalidades principais:

1. Lutero partiu da idéia de que, a religião sendo religião do Estado (como fora o Cristianismo desde o Imperador Romano Teodósio, (+395), o Estado deveria zelar pela incólume preservação das verdades da fé ou pela autoridade da Bíblia tal como Lutero a interpretava. 0 príncipe civil seria como que o "bispo supremo". Este princípio não podia deixar de ocasionar arbitrariedades ou o predomínio de interesses políticos sobre os religiosos.

2. Na Renânia foi estipulado que magistrados eleitos pelo povo luterano teriam a incumbência de defender a autoridade da Palavra de Deus. Verificou-se, porém, que a solução era precária, pois os magistrados de uma cidade ou região não diziam a mesma coisa que os de outra cidade.

3. Calvino procurou uma fórmula mais bíblica: verificou que São Paulo, ao evangelizar as cidades da Ásia Menor, constituía em cada qual um colégio de presbíteros ou anciãos, que ficavam responsáveis pela respectiva comunidade sob a jurisdição do Apóstolo (cf. At 14,23; ver também At 11,30; Tt 1,5). Calvino resolveu, pois, instituir presbíteros ou anciãos nas comunidades calvinistas, encarregados de tutelar a autoridade das Escrituras e a organização eclesial.

4. Na Inglaterra e na Nova Inglaterra, a autoridade foi confiada à própria congregação dos crentes: estes não poderiam desfazer-se dela em benefício de pessoa alguma. Assim teve origem o Congregacionalismo, segundo o qual os fiéis, de comum acordo, devem submeter-se à autoridade da S. Escritura e dela tirar as diretrizes concretas, dia por dia, para a vida da Igreja.

5. Algumas comunidades protestantes conservam o episcopado; tais foram as da Prússia e da Escandinávia (Luteranas) e as anglicanas (episcopaliarias). A autoridade de tais prelados nunca foi bem definida: ou seriam simples funcionários da Coroa, incumbidos principalmente de aplicar as decisões do "supremo bispo" (=o monarca) ou seriam moderadores de Concílios ou assembléias, representando o conjunto dos crentes ou grupos destes.

Na verdade, nenhuma destas soluções substitutivas do magistério da Igreja foi capaz de garantir a conservação intacta e fiel da Palavra de Deus; mas esta foi sendo, no decorrer dos quase cinco séculos de protestantismo, mais e mais estraçalhada mediante centenas e centenas de interpretações diferentes, que deram origem a centenas e centenas de ramos do protestantismo.

Pergunta-se: era necessário chegar a esse impasse do protestantismo? Como precisamente o Catolicismo considera a autoridade da Igreja diante da Palavra de Deus?

No Catolicismo

6. A Igreja Católica atribui a si uma autoridade doutrinária pelo fato de ser a Igreja instituída por Cristo sobre o fundamento dos Apóstolos.

Que significa isto exatamente?

Jesus Cristo se apresentou como o enviado do Pai e, por sua vez, enviou os Apóstolos a continuar a sua missão:

"Como o Pai me enviou, também eu vos envio" (Jo 20,21).

"Como Tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo" (Jo 17,18).

"Quem vos recebe, a mim recebe, e quem me recebe, recebe aquele que me enviou" (Mt 10,40; cf. Lc 9,48; Mc 9,37).

"Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, a mim despreza; e quem me despreza, despreza aquele que me enviou" (Lc 10,16).

"Quem crê em mim, não é em mim que ele crê, mas naquele que me enviou" (Jo 12,44; cf. Jo 13,20).

Donde se vê que a Boa-Nova cristã procede do Pai; passa por Cristo e é confiada aos Apóstolos para que a difundam no mundo inteiro. Mais: Jesus prometeu aos Apóstolos sua assistência infalível até o fim dos séculos; onde haja a continuidade da sucessão apostólica, existe a certeza da presença atuante de Cristo na sua Igreja; disse o Senhor aos Apóstolos:

"Toda autoridade no céu e na terra me foi entregue. Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt 28,18-20).

Depreende/se, pois, que a autoridade dos Apóstolos e, conseqüentemente, a da Igreja é a autoridade do próprio Cristo, que se serve de instrumentos e os adapta à sua obra, recorrendo a critérios objetivos: a apostolicidade ou a sucessão apostólica através dos séculos. Vê-se também que a autoridade da Igreja assim instituída não se restringe ao campo doutrinal, mas se estende à vida e à configuração espiritual dos cristãos; a Palavra de Deus proferida pelos Apóstolos e seus sucessores não tem valor apenas acadêmico, mas é eficiente e restauradora. Diz o Senhor Jesus:

"Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, serão retidos" (Jo 20,22s).

"Tudo o que ligardes na terra, será ligado no céu; tudo o que desligardes na terra, será desligado no céu" (Mt 18,18).

Os Apóstolos recebem, pois, o Espírito do Pai, que é também de Cristo, e, assim habilitados, têm o poder de recriar o homem.

7. A esta altura, porém, coloca-se uma objeção, formulada pelo famoso exegeta protestante Oscar Cullmann: dado que os Apóstolos e, em especial, Pedro tinham o poder de ligar e desligar de maneira autêntica, é de crer que essa autoridade era intransferível; não passou para os sucessores dos Apóstolos. Sim; os Apóstolos eram, após Cristo, os fundadores da Igreja; ora tal função não se podia repetir. Após os Apóstolos, toca à Igreja tão somente permanecer na doutrina dos Apóstolos, fixada por eles nos livros do Novo Testamento; por isto a Igreja pós-apostólica não precisa de uma autoridade que continue a dos Apóstolos e a de São Pedro em particular; bastam-lhe os livros sagrados que os Apóstolos lhe entregaram.

Que responder a isto?

A Igreja não afirma que os bispos e os Papas sejam outros Apóstolos no sentido de fundadores da Igreja, independentes da primeira geração. Os bispos e o Papa são apenas guardiães e transmissores, credenciados por Cristo, do depósito sagrado que receberam dos Apóstolos. A fé da Igreja é simplesmente a fé dos Apóstolos; a Palavra que os seus bispos anunciam, há de ser aquela que os Apóstolos ensinaram por primeiro. Não se criam novos dogmas mas explicita-se o que está contido no depósito sagrado ou no tesouro ´´do qual se tiram coisas novas e velhas´´ (Mt 13,52). A autoridade dos bispos, assim entendida, pode manter viva a Palavra que os Apóstolos trouxeram à Igreja primitiva, com uma vida tão pujante quanto a tinha naquele tempo.

Ademais, no tocante a Pedro em particular, pode-se observar o seguinte: se Cristo o constituiu fundamento visível da sua Igreja (cf. Mt 16,16-19) e se a Igreja deve perdurar indefinidamente apesar das invectivas adversárias, é lógico que o fundamento Pedro há de perdurar em seus sucessores; em caso contrário, o edifício, sem fundamento, cairia por terra.

Aliás, notamos: através de toda a história da Igreja jamais em documento algum aparece a idéia de que a autoridade, após os Apóstolos, passou a residir unicamente nos Livros Sagrados. Todos os dizeres dos doutores e escritores antigos e medievais professam que a verdade do Evangelho continua presente na Igreja por uma tradição viva, que passou do Pai a Cristo, de Cristo aos Apóstolos, dos Apóstolos aos seus primeiros sucessores, e depois de bispo para bispo, iluminando os escritos sagrados que procederam dessa tradição oral.

A inegável continuidade histórica da Igreja Católica com a Igreja primitiva é a base desta afirmação. Se alguém precisa de provar sua origem divino-apostólica, não é a Igreja Católica. "É, pelo contrário, a tese tardia e despojada de precedentes, segundo a qual, com a morte do derradeiro Apóstolo, a verdade da Palavra de Deus, na Igreja, teria deixado de ser confiada a um grupo de responsáveis, revestidos da autoridade do seu Mestre; teria também deixado de ser a verdade de um livro" (L. Bouyer, livro citado, pp. 14s). A Igreja afirma que a verdade da Palavra de Deus está sujeita a ser deteriorada e alterada se é apenas a verdade de um Livro, entregue tão somente ao fervor ou ao acume dos seus leitores, sem que haja mandatários dotados do carisma da verdade para transmitir e interpretar autenticamente essa Palavra.

É nestes termos que, a partir da própria S. Escritura, tão cara aos protestantes, se pode demonstrar a necessidade e a existência real da Igreja com seu magistério assistido por Cristo. Os reformadores, se fossem conseqüentes consigo mesmos, não teriam abandonado a Igreja fundada por Cristo para garantir a incolumidade da Palavra; dizendo "não" à Igreja, expuseram as Escrituras à perda de sua vitalidade e ao arbítrio dos homens.

3. Os Sacramentos

No Catolicismo os sacramentos são os sete ritos pelos quais a graça do Pai, feita presente em Cristo e na Igreja, é aplicada a cada indivíduo desde o nascer até a morte. Ser cristão não é apenas ser discípulo do Mestre Jesus Cristo, mas é ser ramo do tronco de videira (cf. Jo 15,1-5) e membro do Corpo de Cristo (cf. 1Cor 12,12-27), o que significa: comungar com a vida mesma do Tronco ou da Cabeça... com a vida de Cristo e, mediante Cristo, com a vida do Pai.

No protestantismo

1. Ora os protestantes rejeitam a maneira como os católicos entendem os sacramentos. Aliás, guardaram apenas o do Batismo e o da Eucaristia; o matrimônio no protestantismo é um contrato que o ministro ou pastor abençoa sem lhe atribuir o valor de sacramento.

Mesmo em relação ao Batismo e à Santa Ceia os protestantes têm conceitos um tanto vagos: apontam a ordem explícita do Salvador (cf. Mt 28,18-20; Jo 3,3; Mt 26,26-29...), mas explicam de diversas maneiras o significado desse rito.

0 Batismo, por exemplo, em algumas denominações, só é ministrado a jovens e adultos que "se tenham convertido"; é um testemunho da fé e da mudança de vida já existentes naquele que recebe o Batismo; é, portanto, mais um gesto do homem para Deus e a comunidade do que um gesto de Deus em favor do homem. Os luteranos e as denominações mais antigas conservaram um conceito mais tradicional ou mais próximo do Catolicismo com relação a este sacramento.

A Santa Ceia, em caso nenhum, para os protestantes, é a perpetuação do sacrifício do Calvário. Lutero ainda admitiu a empanação ou a presença de Cristo dentro do pão consagrado; Calvino condicionou essa real presença à fé do comungante. Zwínglio, porém, rejeitou-a por completo. A Santa Ceia geralmente no protestantismo é a memória ou a recordação simbólica da última refeição de Cristo, mediante a qual os crentes em sua fé e seu amor se unem a Cristo.

2. Pergunta-se: por que assumem os protestantes posição tão distante da católica?

Podem-se apontar dois motivos:

a) a piedade do fim da Idade Média se apegara demais às coisas ou aos sinais concretos: relíquias, medalhas e outros sacramentais eram objeto de estima por vezes excessiva, ao passo que o sentido da Eucaristia era menos compreendido e vivido pela piedade popular; as práticas religiosas assumiam caráter mecânico, desligadas que eram de uma perspectiva teológica mais profunda;

b) o conceito de opus operatum escandalizava os reformadores. Na teologia católica, opus operatum é toda ação sagrada eficaz pela realização do próprio rito, independentemente dos méritos daquele que a efetua. Assim são os sete sacramentos: algo de objetivo através deles se processa, desde que os sinais sagrados (água, pão, vinho, óleo e palavras) sejam aplicados aos fiéis por um ministro devidamente instituído, mesmo que este não tenha as qualidades morais desejáveis; explica a teologia que em tais casos é Cristo quem opera os efeitos de santificação mediante o ministro, que é mero instrumento. É sempre Cristo quem batiza, quem consagra o pão e o vinho no seu corpo e no seu sangue, quem absolve os pecados... Por isto é que num hospital, quando uma criança está para morrer sem Batismo, qualquer pessoa (mesmo um ateu) pode batizá-la, desde que tenha a intenção de fazer o que Cristo e a Igreja fazem no caso, e aplique água natural com as palavras: "Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Assim, os sete sacramentos não são obra nossa, mas obra de Deus nas mãos dos homens; são os mais belos dons da misericórdia divina.

Do opus operatum distingue-se o opus operantis, que é uma ação sagrada cuja eficácia é condicionada ao fervor da Igreja ou, mais precisamente, do fiel que a executa: assim a leitura da Bíblia é um sacramental, cuja eficácia dependerá não só da compreensão do leitor, mas também, e principalmente, da fé e do amor com que lê.

Ora os reformadores não entenderam o conceito de opus operatum; identificaram-no, antes com ato mágico, pelo qual o homem tenta obrigar Deus a agir como a criatura deseja; seria um "truque" para dominar a Onipotência Divina. É claro que esta interpretação equivale a um mal-entendido, que faz dos sacramentos precisamente o contrário daquilo que eles são: pura graça soberana de Deus, que se dá aos homens sem que o homem possa dizer que o mereceu.

Vejamos agora a resposta que o Catolicismo dá a esta posição protestante.

No Catolicismo

3. 0 Catolicismo julga que os reformadores protestantes afirmaram duas grandes verdades que, se tivessem sido autenticamente desenvolvidas, teriam levado os protestantes ao reconhecimento dos sacramentos depurados das deformações e contrafacções que a piedade popular dos séculos XV-XVI lhes impusera. Com efeito, os reformadores enfatizaram:

a) o valor comunitário do culto católico. Apesar do individualismo que os afetava, proclamaram a índole pública da piedade e dos ritos litúrgicos, que se obscurecera no fim da Idade Média. A Santa Ceia seria celebração da assembléia, cujos membros participariam todos do símbolo sagrado;

b) o conceito de verbum Dei visibile (palavra visível de Deus), conceito formulado por S. Agostinho e muito valorizado por Lutero e Calvino. Como entender tal conceito?

Para os reformadores, a Palavra de Deus não é simples vocábulo, mas acontecimento ("diabhar", em hebraico) ou intervenção de Deus em nossa vida, que ela transforma pela sua eficácia criadora. Ora a noção de Palavra visível de Deus vem a coincidir com a de sacramento no sentido católico; este é palavra associada à matéria (água, pão, vinho, óleo...),... matéria que torna visível o conteúdo da Palavra e, ao mesmo tempo, realiza o que a Palavra significa. 0 pão de trigo sobre o qual Cristo, por meio do seu legítimo ministro, diga: "Isto é o meu corpo", torna visível tal palavra, pois vem a ser o Corpo de Cristo. Da mesma forma o vinho de uva sobre o qual se diga: "Isto é o meu sangue", torna visível tal palavra, pois vem a ser o sangue de Cristo. Nos sacramentos a Palavra de Deus toca o homem por meio de sinais concretos para enxertar-lhe a vida de Cristo, que é a vida do País.

Infelizmente os reformadores não chegaram a esta conclusão, embora estivesse na lógica das suas premissas. Ao contrário, entenderam verbum Dei visíbile no sentido meramente intelectual, como se fosse uma palavra de menor valor, destinada aos iletrados, que só podem compreender mediante imagens ou através do sistema audio-visual. Conseqüentemente os templos protestantes foram mais e mais assumindo o aspecto de salas de aula, em que se ministram ensinamentos mediante palavras e gestos, mas em que falta o complemento lógico da Palavra que é o sacramento (=sinal eficaz de graça).

Desta forma a Palavra de Deus, tão legítima e oportunamente exaltada pelos reformadores, foi-se paradoxalmente depauperando contra toda lógica.

Chamar a atenção para estas verdades é abrir o melhor caminho para que o protestantismo possa recuperar a clássica doutrina relativa aos sacramentos.

4. Positivamente, a Igreja Católica ensina: nos sacramentos fala-nos e atua em nós a Palavra anunciada por aqueles que Cristo enviou, como se fosse Ele em pessoa que a anunciasse. Não são os nossos méritos nem a nossa fé que podem efetuar tão grandes coisas, como a comunhão com Cristo pelo Batismo, a Eucaristia, a Penitência..., mas é unicamente Deus, que falou uma vez por todas em Cristo,... em Cristo que continua a falar nos seus Apóstolos e na Igreja Apostólica que os prolonga. Ainda os sacramentos recebem toda a sua eficácia da Palavra de Deus, Palavra que os instituiu durante a vida terrestre de Cristo, Palavra que Cristo transmitiu aos seus Apóstolos e, depois destes, aos que lhes sucedem, de tal maneira que, onde quer que eles falem em nome de Cristo, repetindo o que Cristo disse, é sempre o Senhor Jesus quem fala e, falando, realiza o que Ele diz.

Vê-se, pois, que as palavras do Batismo, da consagração da Eucaristia, da absolvição dos pecados nada têm de mágico ou de "truque", mas são eficazes unicamente porque Jesus Cristo, mediante os Apóstolos e seus sucessores, continua presente e atuante na sua Igreja. Esta presença é perpetuada naqueles que Jesus escolheu como seus ministros, para falar em Seu Nome, através dos séculos, comprometendo-se a dar à sua Palavra nos lábios deles a mesma força que ela tinha nos lábios de Cristo. Pois, naqueles que Ele enviou, é Ele que está presente, fala e age, para manter sempre atuante o mistério da sua Cruz e Ressurreição, o mistério da sua Igreja e dos sacramentos,... mistério que é a derradeira Palavra que a Palavra de Deus tinha a nos dar.

4. Conclusão

O percurso traçado nas linhas anteriores pode ser assim compendiado:

Os reformadores (Lutero, Calvino... ) no século XVI partiram de uma intuição genial: restaurar a estima e o culto da Palavra de Deus, com todos os predicados de santificação que ela possui. Procederam muito bem, pois as Escrituras Sagradas vinham sendo empalidecidas por mentalidade fantasiosa e por escolas filosóficas decadentes no fim da Idade Média.

Se tivessem tirado as conclusões contidas neste seu princípio básico, só teriam reforçado e abrilhantado a única Igreja fundada por Cristo, pois afirmavam algo de genuinamente cristão e eclesial. Infelizmente, porém, arrancaram a Palavra de Deus escrita do seu berço anterior e do seu ambiente concomitante, que é a Palavra de Deus proferida oralmente, único critério adequado para se interpretar a Palavra escrita ou a Bíblia. Em conseqüência, esta perdeu sua vida, sua eloqüência própria e ficou sujeita às interpretações dos homens, animados, sem dúvida, de fé e fervor, mas marcados pela falibilidade e o subjetivismo; daí o paradoxal depauperamento da Palavra de Deus, que por último tem sido julgada (em vez de julgar) por intuições imaginosas do protestantismo moderno (mórmons, pentecostais, adventistas...) ou pelos princípios racionalistas do protestantismo liberal.

Ao invés desta caminhada, pode-se propor outra trilha: quem lê objetivamente as Escrituras, verifica que elas remetem constantemente o fiel à Palavra oral que a antecedeu e que a explica (2Ts 2,15; 3,6; lTs 3,4; 4,16; lCor 11,23-25...). Essa Palavra ou Tradição oral não perece, mas continua viva através dos séculos na Igreja, que não é mera sociedade humana, e sim o Corpo de Cristo prolongado; a este o Senhor concede sua assistência infalível desde que se guarde a sucessão apostólica (cf. Mt 28,18-20).

A autoridade da Igreja, portanto, credenciada pelas Escrituras não derroga à autoridade da Bíblia, mas serve a esta. Mais: é autoridade não apenas para ensinar, pois a Palavra de Deus não ensina apenas (como numa escola), mas é autoridade também para transformar o homem, comunicando-lhe a vida de Deus, pois a finalidade da obra de Cristo não é simplesmente ensinar, e sim levar à comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo (cf. lJo 1,1-3). Por isto, o Senhor dizia aos Apóstolos: "Fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19). Nem a palavra da pregação vale sem o rito sacramental, nem o sacramento sem a pregação...

Em conseqüência, a Igreja, na qual Cristo vive e atua, tem a missão de oferecer aos homens não só a Palavra audível, mas também a Palavra visível de Deus ou a Palavra cujo significado é corroborado por sinais sagrados, de modo a transmitir através destes a vida de Deus; tais são os sacramentos. Sem estes, estaria incompleta a obra de Cristo e da Igreja; seria truncada a eficácia da Palavra de Deus.

Quem aceita a Igreja como Corpo Místico de Cristo dotada de autoridade doutrinal e eficácia santificadora garantidas por Cristo, aceitará conseqüentemente tudo o que daí decorre ou tudo o que a Igreja ensina como verdades de fé deduzidas da Palavra de Deus: o purgatório, a veneração dos santos e das suas imagens, o Papado, as indulgências, a Confissão auricular, etc. Cada um destes temas se prende à Palavra de Deus escrita, lida e explicitada pela Tradição oral.

Assim se vê que o protestantismo parte de afirmações positivas, às quais ele não deve renunciar; importa-lhe, porém, renunciar a princípios filosóficos que os séculos XV e seguintes lhe comunicaram, deturpando sua intuição inicial. Oxalá isto possa acontecer nesta época, em que o diálogo ecumênico vem sendo carinhosamente cultivado! Para tanto, toca grande responsabilidade aos fiéis católicos: requer-se que se despojem não só de toda imperfeição moral, mas também de toda mescla de doutrinas e atitudes heterogêneas, que empalideçam o brilho do Cristianismo tal como nos foi entregue através dos séculos pela Palavra de Deus escrita e oral.

Notas:

1. 0 Anglicanismo ou Episcopalianismo apresenta dois ramos: a "High Church" (Alta Igreja), próxima do Catolicismo, e a "Low Church" (Baixa Igreja), mais sujeita às influências dos Reformadores do século XVI... Os anglícanos descontentes com a índole "católica" da Igreja oficial, emigraram para os Estados Unidos, onde têm sido vítimas de subjetivismo crescente, que vai esfacelando o bloco protestante: multiplicam-se os fundadores de "igrejas" na base de intuições pessoais; essas diversas "igrejas" têm sua ascensão e seu declínío, dando lugar a um reavivamento (´revival´), que por sua vez declina e, conseqüentemente, ocasiona outro reavivamento...

2. As objeções dos protestantes contra as imagens e os Santos, o purgatório, a S. Escritura, o Santo Sacrifício da Missa, o Papado... decorrem da posição assumida por eles no tocante à Palavra, à Igreja e aos sacramentos. Feito o acordo sobre estes três pontos, os demais deixarão de causar dificuldades.

"A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor, já que, principalmente na Sagrada Liturgia, sem cessar toma da mesa tanto da Palavra de Deus quanto do Corpo de Cristo o pão da vida, e o distribui aos fiéis" (Constituição Dei Verbum no 21). Ver Presbyterorum Ordinís no 18, Perfectae Caritatis nº 6.

3. Podemos lembrar que, durante as disputas políticas que se seguiram ao brado reformador de Lutero, ficou estabelecido que cada território alemão teria oficialmente a religião do seu governante: "Cuius regio, eius refigio".

4. Quando se diz que a Igreja é "una, santa, católica e apostólica", não se entende diretamente a índole missionária da Igreja, mas o fato de que ela está fundada sobre Cristo e, necessariamente mediante os Apóstolos, chega até nós... Em conseqüência, percebe-se que a Igreja fundada por Cristo não pode ser recomeçada, por mais evidente que seja a fragilidade dos seus membros. Quem rompe com a Igreja de Cristo e funda "sua Igreja" (luterana, calvinista, wesleyana... adventista, batista...) perde a garantia da presença indefectível do Senhor prometida aos Apóstolos e seus sucessores até o fim dos tempos (cf. Mt 28,18-20). Institui uma sociedade que só tem o valor e a eficácia dos homens que a compõem e que, portanto, está sujeita a ser substituída por outra sociedade humana, devida a outro ´fundador´, sempre em condições muito precárias. São tantas e tantas as "igrejas" protestantes, umas derivadas das outras!
Share:

FORMAÇÃO SHALOM. IGREJA, SACRAMENTO DE SALVAÇÃO

Ao despedir-se dos seus, antes de subir ao céu, Jesus disse: "Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo" (Mt 28,20). Permaneceu de fato entre os homens, na Eucaristia, para ser o companheiro e o viático de sua peregrinação. E permaneceu invisível, mas realmente presente na sua Igreja, para ser seu guia, pastor e mestre.


Depois de haver preparado o primeiro núcleo da Igreja com a pregação, com a escolha e a formação dos Apóstolos, deu-lhe a vida, morrendo por ela na cruz. A Igreja, ensina o Vaticano II, é "a esposa que Cristo ‘amou, e por ela se entregou para santificá-la’ (Ef 5,25-26). Quis uni-la a si por aliança indissolúvel" (LG, 6), constituindo-a colaboradora e continuadora de sua obra de salvação dos homens. Cristo já não vive aqui na terra em seu corpo físico, já elevado à glória do céus, mas em seu corpo místico, a Igreja, sua esposa e mãe dos fiéis.

Vive Cristo na Igreja como Cabeça porque é quem a governa invisivelmente por meio de seu Espírito; vive na Igreja como sustento e vivificador, porque é quem lhe comunica a vida, quem impetra do Eterno Pai e dispensa a cada um de seus membros as graças "segundo a medida de seu dom" (Ef 4,7). Vive a Igreja unicamente da vida que Cristo lhe comunica. É santa pela santidade que lhe dá Cristo. É a mãe das almas pelos poderes e pela fecundidade que recebe de sua união com ele; tão íntima e vital é esta união que pode a Igreja considerar-se como um prolongamento de Cristo. "Por meio de não medíocre analogia, (a Igreja) é comparada ao mistério do Verbo encarnado. Pois como a natureza humana assumida, e insissoluvelmente unida a Ele, serve ao Verbo divino de órgão vivo da salvação, semelhante o organismo social da Igreja serve ao Espírito de Cristo, que o vivifica, para o aumento do Corpo" (LG, 8).

Quem, portanto, quiser encontrar Jesus, quem quiser ser vivificado por sua graça, alimentar-se com sua doutrina, reger-se pelo seu governo, deve recorrer à Igreja. Encheu-a Jesus "para sempre de graças celestes" e por seu meio "derrama sobre todos a verdade e a graça" (ibidem, 6.8).

"Não pode ter a Deus por Pai quem não tiver a Igreja por mãe", diz São Cipriano (De cathol. Eccl. Unitate, 6). Veio Jesus salvar e santificar o mundo, mas, de modo geral, o faz por meio da Igreja. Deu pelos homens a vida, derramou o sangue, pôs à disposição deles seus méritos preciosíssimos, deu-lhes os sacramentos e o patrimônio de sua doutrina. Mas quis fosse a Igreja a única depositária e dispensadora destes bens. Cristo, diz o Concílio, constituiu a Igreja "como universal sacramento de salvação" (LG, 48), ou seja, "sinal e instrumento" da santificação dos homens e de sua "íntima união com Deus" (ibidem, 1). De fato, pregando a palavra de Deus, difunde a Igreja a fé; e administrando os sacramentos, comunica e alimenta a vida da graça. Assim são os homens enxertados em Cristo como membros vivos de seu Corpo místico. Deste modo, torna-se cada fiel, por sua vez, "Igreja", ou seja, célula viva desta grande família que, enquanto une os homens a Deus, une-os também entre si, como filhos do mesmo Pai e da mesma mãe, como irmãos unidos pelos vínculos do amor recíproco.

Exatamente porque membro vivo da Igreja, não pode o cristão contentar-se com desfrutar dos benefícios que dela recebe: deve empenhar-se em compartilhar de sua vida, de seus anseios, de seus sofrimentos e contribuir para o seu incremento. É assim também que nas famílias tomam os filhos parte ativa em sua vida, e participam de sua sorte.

Sentir e viver com a Igreja é sentir e viver com Cristo que nela continuamente vive e age, salva e santifica, unindo todos os homens a si e unindo-os uns aos outros, para que cheguem à vida eterna. Ir à Igreja é ir a Jesus; amar e servir a Igreja é amar e servir a Cristo, sua Cabeça. E como amou Cristo a Igreja até dar por ela a vida "com seu sangue" (At 20,28), assim a deve amar o cristão com obediência e devoção filial, e com dedicação plena à sua causa.

Share:

CASO F. GOMES. ADVOGADO FICA NO QUARTEL DA PM

Preso desde a manhã do sábado passado em Caicó, o advogado Rivaldo Dantas de Farias, foi transferido ontem para a sede do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Natal. Ele é acusado de participar da quadrilha que encomendou o assassinato do radialista F. Gomes, em 2010. Rivaldo Dantas foi recolhido de forma preventiva, em decorrência de um mandado de prisão expedido pelo juiz criminal da Comarca de Caicó, Luiz Cândido de Andrade Villaça.


De acordo com informações do Sargento Paiva, que conduziu a transferência do suspeito, Rivaldo foi trazido de Caicó para a capital pois naquela cidade não existem celas consideradas de "Estado Maior", nas quais os advogados suspeitos de crimes devem ser obrigatoriamente custodiados.

Ao chegar no Quartel do Comando Geral, escoltado por soldados do Grupo Tático Operacional do 6º Batalhão da Polícia Militar, Rivaldo recebeu o encaminhamento para realizar o exame de corpo de delito no Itep. Ele entrou e saiu do prédio sem falar com a imprensa. Sua permanência no Instituto não demorou mais que vinte minutos .



Dentro da viatura da PM, para retornar ao Quartel, Rivaldo Dantas escondeu o rosto dos fotógrafos com uma Bíblia Sagrada. Conforme declarações do sargento Paiva, o advogado passou a maior parte do traslado entre Caicó e Natal em silêncio. O mandado de prisão preventiva de Rivaldo Dantas de Farias foi solicitado pela delegada titular da Divisão Especializada no Combate ao Crime Organizado (Deicor), Sheila Freitas, e aceito pelo Ministério Público Estadual.



A delegada teria encontrado indícios da participação de Rivaldo Dantas na morte do jornalista durante investigações realizadas recentemente. Rivaldo Dantas atuou como advogado de João Francisco dos Santos, conhecido como Dão, até ser preso no sábado passado. João Francisco, o Dão, assumiu a culpa pela morte do radialista no dia 18 de outubro 2010. Seu então advogado foi preso pela Polícia Militar de Caicó e encaminhado à Delegacia Regional do Seridó, antes de ser conduzido para o Quartel Geral da Polícia Militar.

A investigação do assassinato do radialista, que ancorava um dos programas de maior audiência no rádio caicoense, já havia resultado na prisão do suposto mandante, o empresário Lailson Lopes, popularmente conhecido como Gordo da Rodoviária. O pastor evangélico Gilson Neudo Soares do Amaral, que já estava preso por tráfico de drogas em Caicó, é mais um suspeito de participação no crime e foi indiciado pela Justiça. Além deles, o soldado da Polícia Militar, Evandro Medeiros, também foi preso no dia 19 deste mês na mesma cidade, também como suspeito. A suposta participação deste último e a do advogado Rivaldo Dantas, não foi detalhada pela delegada.



O militar está recolhido em uma das celas do 6º Batalhão da Polícia Militar em Caicó. João Francisco dos Santos, assassino confesso do radialista, também está preso no município. Rivaldo Dantas era seu defensor no inquérito que apura o assassinato de F. Gomes e foi preso após a delegada Sheila Freitas abrir um novo inquérito policial para a colheita de novos depoimentos e provas para subsidiar o primeiro inquérito, que foi presidido pelo delegado Ronaldo Gomes.



A delegada Sheila Freitas foi procurada para comentar as recentes prisões, mas não retornou às ligações telefônicas. As denúncias oferecidas pelo MPE contra Lailson Lopes e João Francisco dos Santos, os transformaram em réus e eles já estão pronunciados para irem à juri popular. A data ainda não foi divulgada.

Memória



O jornalista e radialista Francisco Gomes de Medeiros, mais conhecido como F. Gomes, foi assassinado na noite do dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Caicó. Ele estava na calçada de casa, na rua Professor Viana, no bairro Paraíba, quando um homem chegou numa moto e abriu fogo. Atingido por três tiros fatais, foi levado para o Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos. F. Gomes tinha 46 anos, era casado com Eliane Gomes e pai de 3 filhos.

João Francisco dos Santos, o Dão, confessou o crime e afirmou ter matado o jornalista por vingança. Após vários depoimentos ao delegado Ronaldo Gomes, que presidia o inquérito à época, Dão afirmou que tinha jurado de morte o comunicador desde 2007, quando foi preso por roubo qualificado depois de uma denúncia realizada por F. Gomes. Desde o início do caso, Rivaldo Dantas Farias é o advogado de defesa do acusado.

Share:

Papa defende 'sociedade aberta e renovada' em Cuba



Após mencionar os presos e — indiretamente — os exilados cubanos na sua chegada ao país, o Papa Bento XVI defendeu a construção de uma “sociedade aberta e renovada” na ilha. A declaração segue a linha mais suave que o Pontífice adotou após chegar ao país, em comparação com as críticas mais contundentes feitas anteriormente.

— Desejo fazer um chamado para que deem um novo vigor a sua fé (...) e com as armas da paz, o perdão e a compreensão, lutem para construir uma sociedade aberta e renovada, uma sociedade melhor, mais digna do homem — afirmou Bento XVI.

O Papa falava durante a missa rezada em Santiago de Cuba, onde desembarcou. Milhares de pessoas acompanharam o culto, realizado sob um sol forte e encerrada com chuva.

O tom das declarações contrasta com o da afirmação de que a ideologia marxista “já não corresponde à realidade” e que era necessário “encontrar novos modelos”. Essas últimas frases foram ditas pelo Pontífice durante o voo em direção ao México. O regime castrista respondeu que ouviria atentamente ao Papa.

Justas aspirações

Na chegada a Cuba, Bento XVI disse carregar consigo as “justas aspirações” de todos os cubanos, inclusive dos presos e dos que estão fora da ilha, tocando indiretamente no tema dos direitos humanos. Milhares de pessoas receberam o Pontífice e cerca de 200 mil são esperados para uma missa a ser celebrada por ele.
Share:

Infarto: Como perceber? O que fazer?


Infarto: Como perceber? O que fazer?


Não é raro ouvir falar que algum parente, amigo ou artista foi vítima de um infarto. Quando o problema é distante, só resta lamentar. Mas e quando a pessoa está infartando ao nosso lado, como saber? O que fazer para ajudar antes de ambulância chegar? A maioria das pessoas desconhece os sintomas e as medidas a serem tomadas nos primeiros momentos da parada cardíaca. Até mesmo quem já passou pelo problema tem dificuldades de reconhecer os sintomas.

Uma pesquisa recente, realizada em seis capitais brasileiras, por uma grande empresa biofarmacêutica, constatou que 18% dos pacientes infartados se consideram incapazes de reconhecer os sintomas da doença. Ou seja: até mesmo quem já infartou um dia não sabe identificar os sinais malignos.

Para a grande maioria dos entrevistados (88%) dores no peito são o principal e mais conhecido sintoma de que alguém está infartando. A pesquisa ouviu 600 pacientes nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Salvador, Belém e Curitiba.

E você saberia identificar se alguém está infartando?

O infarto do miocárdio acontece quando parte do músculo cardíaco começa a necrosar por falta de irrigação sanguínea, causado, principalmente, pela obstrução de uma artéria coronariana. O entupimento é causado pelo acúmulo de placas de gordura nas paredes do vaso. Quando um fragmento se desprende ou um coágulo é formado, há o bloqueio do fluxo de sangue e uma consequente falta de nutrientes e oxigênio para o coração. O resultado são danos e sequelas irreparáveis ou até mesmo a morte.

Os principais sintomas são: dor contínua no peito, com sensação de compressão; ardor que pode ser confundido com azia; irradiação da dor para a mandíbula ou braços, sendo mais frenquente no lado esquerdo; suor, náuseas, vômito, tontura e desfalecimento, ansiedade, agitação e respiração curta.

Vale ressaltar que os sintomas variam de intensidade e forma de manifestação, além de serem distintos em homens, mulheres, idosos e diabéticos.

Pesquisa revela que nem mesmo quem já passou pelo

problema sabe reconhecer os sintomas com precisão

Os cuidados tomados nos primeiros momentos do ataque cardíaco podem salvar a vida da pessoa. E a massagem cardíaca é fundamental nesse momento; mas nem todos sabem exatamente como realizá-la.

O coordenador do Núcleo de Educação Permanente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Rodrigo Assis Neves Dantas, orienta ligar imediatamente para o 192 e pedir socorro. E que a massagem deve ser feita, de forma contínua, até a chegada da ambulância. É importante ter sempre um celular à mão e solicitar à equipe um desfibrilador portátil (DEA).

Para popularizar a forma correta de fazer a compressão no peito, a Fundação Britânica do Coração lançou um vídeo bem humorado, protagonizado pelo ator Jason Statham, conhecido por interpretar vilões em filmes como "Porcos e Diamantes" ("Snatch"), de Guy Ritchie. Ele aparece fazendo massagem cardíaca ao som do sucesso "Staying Alive", dos Bee Gees.

O infarto é o segundo maior causador de mortes no Brasil, ficando atrás apenas do acidente vascular cerebral (AVC), o popular derrame. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2008 o País registrou 75.272 óbitos pela doença, sendo que 59% das vítimas eram homens.

Reconhecer os sinais de um infarto não é tarefa das mais fáceis para os leigos, além de ser algo bem específico, como confirma o cardiologista Múcio Galvão, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia no Rio Grande do Norte. Mas se a pessoa tem 40 anos ou mais, apresenta um mal súbito caracterizado por dor forte e opressiva no peito, seguida por desmaio e falta de ar, pode chamar a ambulância, pois esses são os primeiros sinais de um infarto agudo do miocárdio.

Mas é preciso estar atento, pois se os sintomas forem em idosos, mulheres ou diabéticos, a dor pode ser menos agressiva e intensa, e até mesmo simular desconforto abdominais.

Segundo Múcio Galvão, no momento em que isso estiver acontecendo, o único tratamento efetivo é colocar a pessoa para repousar e procurar o serviço de urgência.

"Se a pessoa já tem problemas cardíacos anteriores, deve tomar um vasodilatador sublingual ou uma aspirina, antes de chamar o médico", orienta o cardiologista, lembrando também que, se aparecerem sinais como vista escurecendo e taquicardia, é importante que a pessoa tussa forte, pois ajuda ao coração a voltar a bater normalmente. "Isso pode salvar uma vida."

Questão de tempo

Um socorro rápido e eficiente é fundamental para salvar alguém que está infartando. Se o doente for atendido nas primeiras três horas - até a sexta hora - e chegar num hospital terciário, as consequências podem se evitadas e o infarto abortado. É o momento de a artéria coronariana ocluída ser desobstruída com medicamentos ou com o procedimento hemodinâmico, ou seja, uma angioplastia.

Após 12h de iniciada a obstrução da artéria coronariana e de manifestação dos sintomas, o músculo do coração começa a morrer, abrindo caminho para o óbito do paciente.

"O ideal é não ter infarto agudo. A partir dos quarenta e cinco anos é preciso fazer os exames necessários. E mais importante ainda é levar a prevenção a sério", comenta o cardiologista, aproveitando para criticar a postura da maioria das pessoas.

"Todo mundo sabe o que deve fazer, mas banaliza sua própria a saúde. Apesar de a longevidade ter melhorado muito, não adianta viver mais e não viver bem, com qualidade de vida", analisa Múcio Galvão, integrante da diretoria de Promoção de Saúde Cardiovascular da SBC.

Dor no peito: mito?

Quando se fala em infarto, pensa-se logo em uma dor forte no peito. Mas não é uma regra básica a ser observada. É um dos sinais mais claros que algo realmente grave está em andamento. Mas ela pode ser causada por outros fatores, como alerta Múcio Galvão. "O coração não dói, normalmente. A dor no peito pode ser causada por questão de postura ou problemas reumáticos ou gástricos. Isso tudo pode confundir."

A vice-coordenadora do Núcleo de Educação Permanente (NEP), do Samu Metropolitano, enfermeira Isabel Karolyne Fernandes Costa, comenta que quando a dor no peito é no homem, pode ser considerada um sinal clássico de um infarto. Mas nas mulheres e em idosos, os sinais podem se apresentar na forma de dor abdominal, tontura e dores na mandíbula.

Já o enfermeiro Rodrigo Assis Neves Dantas, coordenador do NEP, considera os sinais do infarto muito pessoais, variando de acordo com cada paciente e do grau de entupimento da artéria. Além da dor no peito, ele cita aumento da pressão arterial e formigamento dos membros. A evolução mais grave do quadro, ele confirma, é a parada cardio-respiratória.

Segundo o cardiologista Múcio Galvão, o processo de infarto pode ser fulminante ou demorado, principalmente nas mulheres. Há a possibilidade de a pessoa passar até três dias infartando, sem saber. "As mulheres, que eram mais protegidas do que os homens, hoje estão no mesmo patamar deles; principalmente se forem fumantes e tomarem anticoncepcional."

O jornalista Marcílio Amorim sofreu um infarto em 2010 e foi submetido à implantação de um stent - espécie de pequeno balão inflado no interior da artéria obstruída. Uma dor muito forte no braço esquerdo e uma sensação ruim de desconforto foram os primeiros sinais de que algo de errado estava se passando. Na verdade, ele estava infartando.

"Era como eu estivesse levantando um carro só com um braço. Fui parar na UTI", comenta o jornalista, que confessa ter tido uma certa dificuldade para seguir as recomendações médicas para mudança de hábitos. "Já fiz dois checapes pós-infarto e não acusou nada. Não sou diabético, não sou hipertenso e nem tenho colesterol alto."

Massagem cardíaca é fundamental nos primeiros socorros

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu Metropolitano) tem um setor próprio - o Núcleo de Educação Permanente - sua equipe de socorristas, inclusive a fazer massagem cardíaca, ação fundamental para salvar a vida de quem está infartando. Mas segundo o coordenador do NEP, Rodrigo Assis Neves Dantas, nem todas as pessoas sabem realizar o procedimento, incluindo aí até mesmo alguns médicos e enfermeiros.

A vice-coordenadora do NEP, Isabel Karolyne Fernandes Costa, concorda que o cidadão comum tem muita dúvida sobre a forma correta de realizar a compressão cardíaca. Ela diz perceber isso quando o NEP está realizando cursos de treinamento. "É um procedimento simples, mas na hora o nervosismo e o pânico atrapalham."

Para realizar a massagem cardíaca, deve-se deitar de costas, sobre uma superfície plana, a pessoa que está infartando. O local onde deve ser exercida a pressão fica no meio do tórax, mais precisamente na parte inferior do osso esterno. As mãos devem estar espalmadas, uma sobre a outra, mantendo os dedos esticados. O tórax deve pressionado em movimentos alternados, no ritmo de uma compressão por segundo. A cada parada, deve-se realizar uma ventilação no enfermo, a famosa respiração boca-a-boca, e verificar se o pulso voltou.

"A compressão cardíaca deve ser feita antes mesmo da chegada do Samu. Por isso que o NEP treina os leigos. Deve-se iniciar a massagem mesmo que a pessoa tenha dúvida. Deve ser forte e eficaz e nem precisa fazer o boca-a-boca. Mas tem de fazer a massagem até o Samu chegar", orienta Isabel Karolyne.

Ela comenta ainda que assim que começa a parada cardíaca, a pessoa perde 50% de chances de sobreviver. E a cada minuto sem o devido socorro, perde 10%.

O coordenador do NEP alerta, porém, que a primeira providência a ser tomada é ligar para o 192, número nacional do Samu. Depois, deve-se colocar a vítima do infarto numa posição confortável, folgar as roupas e não impedi-la de realizar qualquer esforço físico. "Não pode realizar nenhum tipo de atividade e deve permanecer deitado. Quando o Samu chegar, ele deve ir para a ambulância deitado na maca."

O coordenador do NEP comenta que a incidência de casos de infarto é "muito prevalente" entre os chamados de urgência. E atribui isso aos hábitos da sociedade atual. "Não se tem uma alimentação saudável, come-se muito em fast food, muito estresse, tabagismo, etilismo."
Share:

Advogado é preso sob suspeita de participação na morte de F.Gomes

O advogado Rivaldo Dantas de Farias foi preso na manhã deste sábado (24), em Caicó. Dantas foi detido por força de um mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz criminal da cidade, Luiz Cândido de Andrade Villaça, sob a acusação de participação no assassinato do jornalista Francisco Gomes de Medeiros , o F.Gomes. Rivaldo Dantas defende João Francisco dos Santos, conhecido como Dão, réu confesso do homicídio.


O mandado foi solicitado pela delegada Sheila Freitas, titular da Divisão Especializada no Combate ao Crime Organizado - Deicor - e aceito pelo Ministério Público. A delegado teria encontrado indícios da participação de Rivaldo Dantas na morte do jornalista durante apuração recente.

O advogado foi preso pela Polícia Militar de Caicó e encaminhado à Delegacia Regional do Seridó, onde permanece detido. Por ter cursado nível superior completo, Dantas tem direito de ficar em um alojamento especial. Mas a DP Regional não possui instalações adequadas para receber o advogado, que deve ser transferido para Natal.

Memória

O jornalista e radialista Francisco Gomes de Medeiros, mais conhecido como F. Gomes, foi assassinado na noite do dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Caicó. Ele estava na calçada de casa, na rua Professor Viana, no bairro Paraíba, quando um homem chegou numa moto e abriram fogo. Atingido por três tiros fatais, foi levado para o Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos. F. Gomes tinha 46 anos, era casado com Eliane Gomes e pai de 3 filhos.

João Francisco dos Santos, o Dão, confessou o crime e afirmou ter matado o jornalista por vingança. Após vários depoimentos ao delegado Ronaldo Gomes, que presidia o inquérito na época, Dão afirmou que tinha jurado de morte o comunicador desde 2007, quando foi preso por roubo qualificado depois de uma denúncia realizada por F.Gomes. Desde o início do caso, Rivaldo Dantas Farias é o advogado de defesa do acusado.
Share:

PARA SENADORES, SAÚDE É SEM LIMITES

O Senado é pródigo em benefícios a seus parlamentares. Além da verba indenizatória de R$ 15 mil e do direito de contratar até 72 servidores, os senadores e seus dependentes têm direito a assistência médica pelo resto da vida. Levantamento feito pelo GLOBO mostra que reembolsos particulares chegam a ultrapassar R$ 100 mil por ano e que ex-senadores, mesmo aqueles com privilegiada situação financeira ou no exercício de outros cargos, continuam recorrendo ao Senado para ter suas despesas médicas reembolsadas.


De 2007, a última legislatura, até agora, foram gastos R$ 17,9 milhões com ressarcimentos por despesas médicas com senadores no exercício do mandato. Com os ex-parlamentares, a conta chegou a R$ 7,2 milhões. E o detalhe é que ninguém precisa pagar nada pelo benefício.

Os parlamentares no exercício do mandato não têm um teto para o gasto, bastando apenas apresentar notas, caso optem por médicos e clínicas não conveniadas. Para aqueles que não têm mais cargo, mas permaneceram pelo menos 180 dias corridos como senador — caso dos suplentes — o teto anual é de R$ 32.958,12. Mas o valor nem sempre é respeitado.

Ainda há vários casos de deputados e prefeitos que, depois de assumirem essas funções públicas, continuaram apresentando a fatura ao Senado. É o caso do ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça. Ele foi senador entre 1995 e 2002 e esteve à frente da prefeitura entre 2005 e 2010. Nesse período, porém, pediu ressarcimentos. Apresentou notas que somam R$ 12.976 e recebeu as restituições. O GLOBO telefonou para a casa dele, mas sua filha informou que ele não estava.

O limite de R$ 32.958,12 é um parâmetro que não é levado a sério pelo Senado. O ex-senador Moisés Abrão Neto (PDC-TO) foi reembolsado em 2008 em R$ 109.267 por despesas médicas — o triplo permitido. Divaldo Suruagy (PMDB-AL), que exerceu o mandato entre 1987 e 1994, recebeu, em 2007, R$ 41.500 por despesas odontológicas.

A esse mesmo tipo de tratamento submeteu-se a esposa do ex-senador Levy Dias (DEM-MS). Ela gastou, de uma só vez, em 2008, R$ 67 mil com tratamento dentário. A assessoria de imprensa do Senado informou que a Mesa Diretora é responsável por autorizar gastos acima dos fixados quando acha necessário.

Alguns ex-senadores parecem seguir à risca o valor fixado em R$ 32.958,12 e apresentam faturas no valor exato, incluindo os centavos. Agiram dessa maneira os ex-senadores Lúdio Coelho, em julho de 2009, Levy Dias, em julho de 2010, Carlos Magno Duque Barcelar, em setembro de 2011, e Antonio Lomanto Júnior, também em setembro do ano passado.

Embora milionários, outros ex-senadores não se intimidam em apresentar faturas para o Senado pagar. João Evangelista da Costa Tenório (PSDB-AL), que em 2007 assumiu a vaga de Teotônio Vilela, eleito governador de Alagoas, é usineiro naquele estado e dono de emissora de TV. No ano passado foi ressarcido em R$ 25.859.

Roberto Cavalcanti (PMDB-PB), que sucedeu a José Maranhão quando este assumiu o cargo de governador da Paraíba em 2008, é dono do Sistema Correio de Comunicação. Mas em novembro do ano passado recebeu R$ 1.460 de restituição do Senado.

Na semana passada, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), durante discurso sobre o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, que trata da saúde pública, disse que a universalização da saúde ainda é um desafio para o país. No Senado, ela é universal e irrestrita para os seus.
Share:

Curta nossa página no Facebook

Seja bem-vindo. Hoje é
Bem vindos ao nosso Blog

Este blog foi feito na intenção de, a nossa Paróquia postar suas mensagens, divulgar seus eventos, noticias, dicas de sites que valem a pena serem visitados.

E agora com muitas novidades: Vídeos, músicas, textos reflexivos, mensagens, etc.

Deixe seu comentário na Página "Seu Recado".

Deus abençoe a todos

Equipe do blog

Postagens mais visitadas

Arquivo do blog

Quem sou eu

Minha foto
A PASCOM é um veiculo de comunicação e divulgação dos trabalhos evangelizadores da Paróquia.
Tecnologia do Blogger.

Editorial

Responsável:
Pe. Luiz Carlos da Silva
Redatores:Wátchino A. Santos
Aurimar Fernandes Medeiros

Seguidores

Total de visualizações

Pe. Luiz Carlos

Pe. Luiz Carlos
Pároco

Seja Dizimista

Seja Dizimista

Arquivo do blog